O Modelo de Lasswell
Lasswell, procurou sistematizar este processo, acabando por criar o paradigma com o seu nome, que, até hoje, descreve bastante bem a eficácia da comunicação entre os indivíduos.
O Modelo de Lasswell foi desenvolvido em 1948, com a ideia de comunicar eficazmente e resumidamente e responder às seguintes questões:
Quem? O emissor
Processo da comunicação, que devemos começar por definir quem faz a comunicação. Em sociedade representamos uma enorme variedade de papéis. A comunicação será mais inteligível quanto mais clara for a qualidade do papel do emissor, enquanto comunicador.
Diz o quê? A mensagem
A mensagem é aquilo que liga o emissor ao receptor. Colocam-se todas as palavras relativas à significação e à interpretação, tendo em atenção quem emite a mensagem, por que razão a emite e com que significação. De outro modo, a comunicação não é efectiva, uma vez que os significados do emissor e do receptor não coincidem.
Lasswell recomenda cuidado com a interpretação de imagens, de emoções ou de sentimentos através das palavras, pois o que se comunica dependes de significado para significado. As palavras e frases devem ser transmitidas com clareza e sentido.
Como? Através de que canal
A escolha do meio adequado pode, por vezes, garantir o êxito ou provocar o fracasso do processo de comunicação.
A quem? Ao receptor
Defende o grau de importância do emissor que se dilui perante o grau de importância do recetor no processo de comunicação humana. O recetor condiciona a forma da comunicação entre os indivíduos.
Com que objectivos? Quais os efeitos
A finalidade da comunicação deve ser evidente, para precaver distorções e mal entendidos. É vulgar alguém dizer após ler ou ouvir uma comunicação:
Qual foi o objectivo da comunicação? Qual a finalidade da comunicação? Quais os efeitos da comunicação?
Podemos dizer que este modelo é um esquema basicamente descritivo e cuja finalidade é estabelecer a análise dos actos comunicativos, baseando-se em três premissas consistentes:
1 – É um processo assimétrico, com um emissor activo que produz o estímulo para um público (recetores) passivo;
2 – É um processo comunicativo intencional, tendo por objectivo obter um determinado efeito observável e suscetível de ser avaliado;
3 – É um processo em que os papéis do emissor e do receptor surgem isolados, independentemente das relações sociais, culturais e situacionais em que se realiza o acto comunicativo.
Aplicação do esquema de Lasswell ao processo de ensino-aprendizagem
O Modelo de Shannon
Shannon elaborou o modelo partindo da observação dos telégrafos. Este modelo mecânico dá ênfase não à mensagem, pois encara-a como algo secundário, mas à própria transmissão, ao sinal percetível e, consequentemente, à sua boa receção pelo recetor.
É um modelo básico de comunicação que a apresenta um simples processo linear, tendo em conta a sua simplicidade e cuja a finalidade é medir a quantidade de informação contida numa mensagem e a capacidade de informação de um dado canal.
Shannon identificou três níveis de problemas no estudo da comunicação:
Nivel A (problemas técnicos) – Com que precisão se podem transmitir os símbolos da comunicação?
Nível B (problemas semânticos) – Com que presisão os símbolos transmitidos transportam o significado pretendido?
Nível C (problemas de eficácia) – Com que eficácia o significado recebido afeta a conduta da maneira desejada?
Embora os problemas técnicos do Nível A sejam os mais simples de compreender e, para os quais o modelo originalmente foi criado, estes autores afirmam que os três Níveis não são herméticos, mas sim inter-relacionados e interdependentes, funcionando assim, este modelo, para os três Níveis.
Ao estudarmos a comunicação em cada um destes níveis, compreendemos como podemos melhorar a precisão e a eficácia do processo.
A fonte é vista como detentora do poder de decisão, isto é, decide qual a mensagem a enviar, seleccionando uma de entre um conjunto de mensagens possíveis; esta mensagem seleccionada é depois transformada pelo transmissor num sinal, que é enviado ao receptor através do canal.
Por exemplo, para um telefone, o canal é o fio, o sinal é a corrente eléctrica que passa nele, e o transmissor e o receptor são os auscultadores do telefone.
Neste modelo, alguns novos termos são introduzidos:
O ruído é algo que é acrescentado ao sinal, entre a sua transmissão e a sua recepção e que não é pretendido pela fonte. Inicialmente situado no quadro técnico do canal (pode ser uma distorção do som, interferências nas linhas telefónicas, etc.). O autor sugere que se adicione ao esquema base deste modelo um codificador e um descodificador semântico.
Outra inovação deste modelo trata-se da tentativa de medir o conteúdo ou novidade informática. Essa quantidade mensurável que caracteriza a mensagem está ligada à sua extensão, às dimensões no espaço e no tempo. Esta medição da informação é útil no desenvolvimento do computador moderno e que dá uma grande ajuda aos média pois facilita bastante na transmissão de informação.
Surgem ainda a entropia e a redundância. A entropia define-se como a medida do grau de desordem de um dado sistema de comunicação. A redundância é o oposto da entropia, resulta de uma previsibilidade elevada. Assim, numa mensagem de baixa previsibilidade é entropia e com muita informação, inversamente, uma mensagem de elevada previsibilidade é redundante e com pouca informação. A redundância desempenha um papel vital na comunicação para organizar e manter a compreensibilidade da mensagem.
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